A Bíblia contém
73 escritos que estão agrupados em dois "Testamentos", o Antigo e o Novo.
Destes, 27 escritos pertencem ao NT, que é literatura nitidamente cristã. O
Antigo Testamento é literatura judaica. O termo "testamento" é uma
tradução equívoca do original hebraico berit, que significa
"aliança", "pacto".
A ordem em que
se encontram os escritos da Bíblia não é a ordem em que foram compostos. Gênesis
não foi o primeiro a ser escrito, nem o Apocalipse foi o último. Encontram-se
ordenados segundo temas e gêneros
literários - todos os históricos juntos, os profetas juntos, etc. Exceto o
bloco que vai de Gênesis a Reis, a ordem dos escritos do Antigo Testamento pode
variar de uma Bíblia para outra. Isto se deve ao fato de que a sequencia é
diferente na versão hebraica e na grega (e latina). "Gênesis" (a
primeira palavra deste livro, em grego, significa "origem, início"; (em
hebraico é bereshit) não era o título do primeiro escrito que
encontramos na Bíblia, nem "Evangelho segundo Mateus" era o título do
primeiro Evangelho que encontramos no Novo Testamento. Original era somente o
texto. Os títulos foram colocados mais tarde por razões práticas, para
distinguir um escrito de outro.
Nenhum dos
escritos da Bíblia estava originalmente dividido em capítulos e versículos. Os
subtítulos que encontramos (e que variam de uma Bíblia a outra) tampouco são
originais. Ocasionalmente, são equívocos: a parábola
conhecida
como "do filho pródigo" (Lc 15,11ss) não se centra no filho, mas no
pai misericordioso, portanto, deveria ser intitulada "parábola do pai
misericordioso"- além do que a parábola fala também do outro filho que
ficou em casa. Vista do lado de Deus, a
Bíblia apresenta a história das ações de Deus na história dos homens, desde as
origens até sua expressão definitiva em Jesus Cristo, e projetando-se para o
futuro. Vista do lado dos homens, a Bíblia inclui experiências pessoais de muitos
indivíduos, seu diálogo com Deus, suas atitudes de obediência ou de
infidelidade, suas reflexões e sua sabedoria. Em outras palavras, levando em
conta os diversos gêneros literários que encontramos na Bíblia e o fato de que
ela abarca mais de um milênio de história, vem a ser a história singular,
sempre atual (pois se fazem as mesmas perguntas, e se apresentam as mesmas
atitudes humanas) do diálogo entre Deus e os homens, dos chamados de Deus e das
sucessivas respostas dos homens. Os diversos personagens encarnam atitudes
humanas que frequentemente são representativas e expoentes das pessoas de hoje.
O
Cânon bíblico
A palavra
"cânon" vem do grego; designava uma vara para medir. Por extensão,
significava também regra ou norma (cf. 2Cor10,13.15.16; Gl 6,16). Este termo
era usado para referir-se aos critérios e às regras literárias ou artísticas,
por exemplo. O cristianismo adotou este termo para referir-se à coleção de escritos que
considerava inspirados por Deus e que, como conjunto, constituíam a regra ou norma para a fé e para a
vida do crente. O termo "cânon" foi usado, então, para designar a coleção de escritos
"inspirados" e para sublinhar seu caráter normativo, quer dizer, de
regra ou de norma de vida.
Diferença
entre a Bíblia Católica e a protestante
A diferença entre a Bíblia católica e a protestante gira em
torno da lista de livros judaicos pelos
quais se regem. Os católicos regem-se pela lista da LXX, que é a mesma que a Vulgata, portanto, incluem como canônicos os sete escritos chamados deuterocanônicos. Este são Tobias, Judite, Sirácida
(Eclesiástico), Sabedoria, Baruc e 1 e 2 Macabeus, além dos acréscimos em grego a Ester e a Daniel. Os protestantes regem-se pela lista da Bíblia
hebraica, que não inclui os deuterocanônicos. Esta é a diferença substancial entre a Bíblia católica e a
protestante. Além disso, tem a questão da tradução, que eles têm uma forma
“diferente”, uso de determinadas palavras em algum contexto específico. Também
com relação a notas de rodapé, na tradução deles não constam comentários
críticos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário