José Alegre Aragüés
Vamos
discorrer sobre um personagem que gostaria desde logo de anunciar como
apaixonante. Se já o título traz esse sentido de entender a vida como uma
aventura sempre aberta, é porque o protagonista possui todas as características
de um ser humano aberto, dramático e, acima de tudo, portador de esperança. Seu
ciclo integra-se na fase que denominamos a história dos patriarcas. Até o
capítulo 12 do Gênesis, a Bíblia esteve nos falando de uma história comum a
toda a humanidade; é a história do mal, a história de nossa própria realidade,
a história de nossa condição, que afeta todo ser humano. A partir de Gn 12 até
o final do livro, seu intento é desenvolver outra história, diferente.
Se
até então contou-nos a história do mundo, não foi porque quis contar-nos os
fatos que deram origem ao mundo físico, mas para responder à pergunta sobre o
que é o ser humano e quais as causas que o condicionam para que seja como é e
se encontre sujeito a uma realidade tão problemática como a que vemos em nós mesmos
e ao nosso redor. Para alguns, essas narrativas têm, pois, uma interpretação
simbólica, pretendendo responder à seguinte questão: o que é o ser humano? Para
outros, manifestam uma preocupação etiológica, ou seja, averiguar a causa: por
que somos e agimos assim. O problema do mal e a relação do ser humano
com o mal. Porque existe o mal,
eis a eterna pergunta a que incessantemente a realidade
nos
remete, e que está presente nestes 12 primeiros capítulos do Gênesis com a
mesma intensidade com que nos é apresentada ao longo de toda a nossa vida,
motivando tanta literatura, discussão e ressentimento.
A
partir, pois, dessa história do mundo, começa a história do povo. A seguir, a
narração bíblica vai centrar-se na história própria de uma comunidade e Deus
continuará a ser o dono e o criador da história em sua totalidade, ainda que
isso permaneça um tanto oculto, embora não menos real. Esta história, que vai do
capítulo 12 ao 50, com que termina o Gênesis, é um pequeno mundo. Em sua forma
atual, ela nos é apresentada como a história de uma família ao longo de três
gerações, na qual palpita a época nômade e seminômade das tribos de Israel. Apresenta-se,
pois, como um prefácio a toda a história nacional. O autor demonstra grande
delicadeza e domínio para tecer os diversos relatos. Tem fluência, mantém
continuidade ao descrever a emigração de Abraão, a sorte de seu filho e de seu
neto até concluir no grande funeral que transporta o cadáver de Jacó para a
Palestina, após contemplar como seu filho José foi elevado ao poder e à máxima autoridade
no Egito. Assim, esses relatos existiram antes de forma independente, e só mais
tarde foram inseridos nesta grande história, motivo pelo qual eram contados
como histórias individuais que se transmitiam de geração em geração.
Com
o correr do tempo e de acordo com os lugares, muitos detalhes dessas histórias
mudaram, outros foram esquecidos, a outros acrescentaram-se algumas coisas, um
mesmo fato foi atribuído a per onagens diversos, encontrando-se repetido. No
final, entretanto, todos correspondem a essa história, unificada pelo últimos redatores
no séc. V a.C. As narrativas de Abraão procedem de três fontes: a javista, a eloísta
e a sacerdotal.
1. Cronologia:
história ou mito?
Situar
Abraão cronologicamente: descobrir e reconhecer os dados históricos é uma
tarefa muito difícil. Todavia, pelos dados que temos à nossa disposição, hoje
sabemos que pode ser
situado nos séculos XX ou XIX a.C. Ademais, a propósito desses dados, houve
três tipos de interpretação que, apesar de tudo, coexistem: interpretação
historicista, crítica radical
e histórico-crítica.
Entretanto, a primeira aceita como histórica toda a narração, assumindo até as
contradições cronológicas. Hoje, todavia, muitas pessoas estão empenhadas não
só em entender literalmente a Bíblia, mas também em aduzir argumentação
cronológica em tudo. A segunda, que se manifestou principalmente em inícios de nosso
século, opõe-se a toda a historicidade, tencionando ver apenas uma composição
literária, uma ficção que se põe a serviço de uma teologia da história, vale
dizer, seriam reunidas algumas tradições legendárias para dar-nos um sentido da
história e da vida humana. A terceira, que predomina hoje entre os estudiosos
da Bíblia, é aquela que, servindo-se das descobertas arqueológicas dos últimos tempos,
reconhece um fundo histórico em grau muito mais intenso do que se havia pensado
até agora, com base no qual se elaborou uma reflexão teológica que pretende
transmitir uma visão em torno do ser humano com suas angústias, sua solidão,
sua esperança e sua função na experiência religiosa.
Por
essa razão, ao falar do ciclo de Abraão, é preciso que se faça uma pergunta:
estamos diante de uma realidade histórica ou
pré-histórica?
Supondo-se que se entenda por história as etapas e culturas da humanidade cuja
documentação literária ou arqueológica possuímos, a época de Abraão dispõe hoje
de dados literários e arqueológicos abundantes. Precisamente as descobertas
arqueológicas permitem ampliar incessantemente os limites do que denominamos
história e, desse modo, Abraão estaria situado próximo à linha de separação entre
história e pré-história inserido, porém,
na primeira. De fato, os nomes de pessoas,
lugares e cidades que aparecem são encontrados também nas tabuletas de argila
que têm aparecido nos sítios arqueológicos de Mari, Ebla etc. e que em número
superior às 20 mil redigidas em várias línguas de tronco comum semita testificam-nos
os nomes de Abraão, de Sara e também costumes que refletem com muita semelhança
o modo como o faz o Gênesis.
Assim,
se entendemos por história tudo o que acontece a partir de um momento
fundamental que confere unidade e coerência aos avatares (espírito) de um grupo
humano, nesse caso Abraão faz parte da pré-história de seu povo, uma vez que se
entende esse povo constituído como tal no evento do Êxodo e Abraão é,
efetivamente, anterior ao século XIII. Abraão é então uma figura mítica ou
real? A questão não é tão radicalmente clara, pois observamos continuamente que
figuras de nossa história são continuamente transformadas pela literatura em meios
para expressar uma mensagem ou uma concepção sobre a vida ou alguma realidade
humana. Existem personagens que fazem parte do mito ao mesmo tempo em que, sem haver existido,
são ficção para falar-nos de nossa própria realidade. Dom Quixote não existiu
e, não obstante, em todos nós ocorre a realidade idealista que reflete o
Quixote, em oposição à materialista encarnada em seu escudeiro. Igualmente,
temos conhecimento de pessoas que existiram e construímos sobre elas toda uma
ficção literária, utilizando-as para transmitir um sentido do que entendemos
sobre a vida. O fato de ser a novela histórica um fenômeno tão atual entre nós
conserva exatamente esta que foi uma constante no decurso da história literária
da humanidade: servir-se de personagens
significativas para
enfatizar muito
mais o significado da veracidade histórica. É o mesmo que ocorre no cinema e na
pintura. O pintor tenciona transmitir não tanto o que seus olhos físicos veem,
mas os traços da personalidade de um personagem e as características do que
constituía a preocupação do viver em sua época.
Seja
como for, o ciclo de Abraão forma um complexo literário que separa a história
da humanidade da história de um povo, razão pela qual o colocaríamos na pré-história.
Sua vida adquire sentido à medida que, vivendo os dramas e as alegrias de todo
povo e de todo ser humano, é portador de
esperança
para toda a história da humanidade. O que temos, pois, diante de nós? Talvez
uma leitura exemplar e idealizada de um antepassado. É possível que a história
de Abraão a nós transmitida, tal como fazemos nós e todos os povos, não seja
mais que uma projeção idealizada sobre um personagem do qual, por ser nosso,
antepassado, queremos salientar uma série de qualidades. Pode ser também a síntese da própria história do povo. Um povo ao qual também
coube deslocar-se para preservar sua fé, sua identidade; e para ser portador de
algumas promessas na história da humanidade. A história de Abraão pode ser
também a expressão da história pessoal de
todo
ser humano, que nos cabe carregar com a inquietante tarefa de encontrar nosso
"lugar", que nos toca suportar com a missão de buscar nosso próprio
futuro, no decurso da qual devemos superar muitos obstáculos, muitas
dificuldades, muitos desânimos, esperando ou perdendo a esperança da realização
plena de nossas aspirações mais profundas. Tudo isso é o que temos diante de
nós.
2. A pessoa
Afinal,
quem era Abraão? A pergunta concreta leva-nos ao encontro com a pessoa. É-nos
informado que era filho de Térah, originário de Ur dos caldeus, de onde tem de
sair para dirigir-se a Harrã, em direção a Canaã, com toda a sua família. Terá
de voltar a deixar Harrã para aproximar-se mais de Canaã. Uma coisa está clara:
ao falar-nos de Abraão, a Bíblia começa com o fato de uma saída e com o fato de
uma experiência religiosa: "O Senhor disse a Abraão: 'Parte da tua terra,
da tua família e da casa de teus pais..."' (Gn 12,1). Eis aqui uma constante
em sua vida: sair, caminhar. Em poucos versículos, nossa mente fica repleta de
referências de lugares para onde deve dirigir-se: Ur, Harrã, Canaã, Moré,
Betel, Négueb, Egito, retornando a quase todos eles e percorrendo-os à larga e
em toda a amplitude. A impressão que causa de modo imediato é a de que nos
encontramos diante de alguém cuja vida é caminhar.
Muito
embora seu caminhar esteja sempre unido à experiência religiosa toda especial
como a de manter uma relação pessoal com um Deus único que o tira
constantemente das casas de seu xadrez. Sente nostalgia de uma terra que lhe
foi prometida, e em todas quantas percorre encontra-se sempre como estrangeiro.
Dramática, e ao mesmo tempo irônica, é a narração da morte de sua esposa, a quem
quer dar sepultura em um pedaço de sua propriedade e tem de pedir o favor aos
proprietários hetitas para que lhe permitam adquirir o direito de propriedade
sobre um túmulo. Esse Deus que o faz caminhar e lhe promete uma terra
promete-lhe também um filho. Entretanto, não chegam a ele nem terra nem filho.
E tem de continuar sempre esperando. É-lhe anunciado um filho, envelhece e não
o tem. Finalmente chega um, mas não é o herdeiro e tem de continuar esperando.
3. A questão do
monoteísmo
Essa
conexão de experiência religiosa com um único Deus em meio a culturas politeístas fez surgir uma questão: com Abraão, a história
religiosa da humanidade experimenta um salto qualitativo em um duplo movimento.
A questão do monoteísmo: como chega Abraão ao monoteísmo em meio a culturas
politeístas? Sabemos que o politeísmo era uma forma acomodatícia, um sentido
que justificava formas de vida e de poder. Ele, no entanto, passa para um
monoteísmo transcendente, porém ao mesmo tempo histórico, no qual reconhece a
Deus como o único Senhor do mundo e da história.
Continuará
a conviver com as formas religiosas politeístas cujas práticas ele aceitará nos
demais e diante de quem, às vezes, terá de esconder sua própria concepção. Existe
um texto muito antigo, o Apocalipse de Abraão, texto apócrifo de origem judaica
que, todavia, em sua versão atual revela alguma influência cristã e também
gnóstica, que nos dá uma chave para a compreensão
do
problema. Térah, pai de Abraão, é construtor de imagens, escultor, e dedica-se
a esculpir imagens de deuses, estatuetas que logo vende para satisfação da
religiosidade popular. Abraão ajuda-o na comercialização e em suas andanças
comerciais percebe que essas estatuetas lhe caem e quebram-se ou o fogo noturno
do lume toma-as e as consome.
Devido
a essas experiências, cai em profunda crise
religiosa: "Estas
imagens produzidas por meu pai não podem ser realmente deuses se os elementos
as destroem com tanta facilidade". Que valor têm, pois, esses deuses? Como
podem ser deuses? A crise em que se vê imerso é enfrentada em seu ambiente e,
em virtude do
caráter nacionalista daquela religiosidade, vê-se obrigado a sair, fugindo de
seu próprio mundo. A partir dessa perspectiva, encontrar-nos-íamos com um
Abraão surpreendente, um homem inquieto, profunda e sinceramente religioso, que
busca a Deus e se esforça por purificar sua fé. Esse homem que busca a Deus
encontra-se com um Deus que o chama. Deus sai ao encontro do homem
que o busca. Partindo desse esquema bíblico, revelação de Deus e vocação humana
estão profundamente ligados, são interdependentes.
Chamado
e resposta formam um conjunto inseparável e intercambiável, porque quem chama a
Deus encontra-se com sua resposta, e Deus, por sua vez, chama também a partir
das inquietações e aspirações mais profundas do ser humano.
4. A vida como
caminho
A
partir desse encontro com Deus, a vida de
Abraão,
assim como a de todos nós, passa a ser
aventura sem
limites, um caminhar incessante para a maturidade,
para a plenitude, em uma sucessão ininterrupta de etapas que
conduzem a metas mais altas ou profundas, em
cujo fundo, porém, sempre presente e por vezes
oculto,
aparece um Deus que acompanha
constantemente o homem e que é a força fundamental de sua esperança
e de seu caminhar. Foi acaso sua evolução religiosa para o
monoteísmo a faísca que provocou a ruptura com o politeísmo
ambiental e que o obrigou a abandonar seu ambiente a fim de evitar
a hostilidade de seus compatriotas, uma vez que foi a maneira
de construir e manter sua identidade humana e religiosa? Abraão necessitava
desde logo um novo lugar onde expressar sua identidade e
onde pudesse viver com fidelidade suas próprias
convicções,
mas também Deus necessitava de um agente que constituísse um novo elo no
processo de dar-se a conhecer de maneira pausada porém progressiva
e pedagogicamente à humanidade.
Outra
experiência crucial na história religiosa da humanidade é constituída pela
questão dos sacrifícios humanos (Gn 22), sempre presente até épocas bastante
recentes (sabemos que as culturas pré-colombianas mantinham esse costume). Não
é preciso ir muito longe, já que algumas formas religiosas de fanatismo exigem
atualmente sacrifícios humanos. E os meios de comunicação encarregam-se de fazer
chegar a nós imagens dramáticas de ritos desse tipo. De qualquer maneira, era
um costume muito difundido nas culturas antigas, atestado também entre os
cananeus. A Bíblia nos apresenta o sacrifício de Isaac como uma prova. Em uma
narração magistral, o autor previne os leitores: "Ora, depois destes
acontecimentos, Deus pôs Abraão à prova e lhe disse: 'Abraão'; ele respondeu: 'Eis-me
aqui'. Ele prosseguiu: 'Toma o teu filho, o teu único, Isaac, que amas. Parte
para a terra de Moriá e lá o oferecerás em
holocausto sobre uma das montanhas que eu te indicar"'.
É
o filho, a esperança, o futuro. Nesse sentido, a Bíblia nos acautela. Não se
trata de repetir um sacrifício. Não se trata de que este Deus exija sacrifícios
humanos. Efetivamente, porém, reporta-se a tradições antigas nas quais
aconteciam tais sacrifícios e nas quais, em dado momento, uma nova experiência
religiosa entendeu que era necessário erradicar esse costume. Alguns
pretenderam estabelecer um paralelismo entre Isaac e Jesus. Eu diria melhor
referindo-me a ambos como dois momentos muito importantes no processo de dar-se
a conhecer Deus à humanidade. Em Isaac, supera-se o sacrifício humano,
substituindo-o pela vítima animal. No NT, não é um sacrifício de animais. É a
oferta livre e consciente que alguém pode fazer
de sua própria vida pelos outros. São o trabalho e o esforço cotidiano por
fazer uma terra nova e por testemunhar o Deus de Jesus, um Deus extraordinariamente
humano.
5. A mensagem de
esperança
Depois
disso, entramos na questão da mensagem. Sobre um fundo histórico ou com base em
algumas narrativas que têm um fundo histórico, embora não saibamos até que
ponto o sejam, esconde-se, como em toda a Bíblia um processo de reflexão elaborado
ao longo de muito tempo. Trata-se de processos
que
constituem sempre meios para transmitir-nos a
visão e a
concepção sobre a vida, a nós que, no entanto, estamos
inseridos nela
e, passando por ela em etapas sucessivas, indagamo-nos constantemente: o que é
a vida, ou o que é a história? Qual o sentido de todo esse acontecer que
vivemos? Onde encontrar um sentido para a vida e como pô-lo em prática? Há
lugar para a esperança? Centraliza-se exatamente aqui a mensagem de Abraão.
Abraão
é o personagem da promessa. Guarda como fundamento de sua vida o fato de ser
portador de uma promessa para a humanidade e, nesse sentido, é o personagem da
esperança. Esperança que se manifesta em um duplo aspecto: um filho que é o
futuro, e uma terra na qual realizar essa grande promessa, onde viver. Duvida e
encontra-se continuamente em meio a sua vida na nudez da solidão, longe de sua
terra, de sua cultura e de sua família. Além disso, tem de renovar sua própria
imagem de Deus, o sentido da promessa que espera. Sempre em um processo de
renovação contínua, mas sempre em um processo de espera. Sua espera não é a que
brota do desespero, mas a espera paciente e vagarosa. Esperar, segundo ele, é como amar
ou criar, é como semear. Sempre como quem, em meio a tudo, encontra uma rocha
na qual se apoiar. E essa rocha é sempre a convicção da companhia de Deus.
É
espera da esperança, contraditória em relação à desesperança. E também a espera
da fé, oposta ao sentido da incredulidade, da desconfiança, do cinismo. É a
espera da utilidade oposta ao sentido da prepotência e do medo. Não é
a espera tranquila, mas sim a da tensão da luta, do esforço, do caminhar
incessante, contraditória em relação ao tédio ou à abundância. A esperança de
Abraão é a espera confiante de que
o ser pode transformar-se em um ser pleno. É a esperança de crescer, de renovar-se, de construir-se por etapas, de viver a história como
um caminho rumo a uma meta. Todos nós podemos esperar do mesmo modo que, como
ele, passamos momentos de desânimo, de solidão; momentos nos quais
experimentamos a nudez que dissipa nossas ilusões, mas que permite também
abrir-nos ao futuro que nos pode vir de Deus.
Abraão é também a memória.
A Bíblia faz memória de uma pessoa que se converteu em personagem para renovar,
acima do sentido histórico
de veracidade, em nosso
hoje sempre problemático, um sentido de esperança, abrir nosso presente tantas vezes sem alento, para um amanhã, para um futuro, para
uma perspectiva melhor. A partir de Deus, abertos para Deus, permanece sua
mensagem, sempre existe o futuro. O que será de nós? Perguntamo-nos muitas
vezes. O que será de nosso mundo? Perguntam-se muitos de nossos contemporâneos,
abarrotados na abundância de nossas sociedades de bem-estar. A pergunta pode
ser, pois, uma expressão de angústia ou um anúncio de futuro, de um amanhã melhor
e de um mundo mais humano. Para Abraão, todos temos futuro em Deus. Deus é o sentido,
a esperança e o futuro da humanidade.
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